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9h às 21h (entrada na galeria até às 20h40)
Galerias 4, 5 e Pavilhão de Vidro
Entrada gratuita
A partir de 2 de dezembro, o CCBB Brasília abre a primeira mostra dedicada ao fenômeno cultural e social dos memes: MEME: no Br@sil da memeficação. Com curadoria de Clarissa Diniz e Ismael Monticelli, em parceria com o perfil @newmemeseum, a exposição convida o público a explorar como os memes narram o Brasil contemporâneo com humor e crítica.
Depois de estrear em São Paulo, a mostra traz a Brasília cerca de 800 itens de 200 criadores, reunindo cultura digital, arte contemporânea e crítica social. A exposição fica em cartaz até 1º de março de 2026, ocupando as galerias 3 e 5 e o Pavilhão de Vidro do CCBB Brasília. A visitação é de terça a domingo, das 9h às 21h (entrada até 20h40), com acesso gratuito mediante retirada de ingresso na bilheteria ou pelo site do CCBB. A classificação indicativa é livre.
A mostra reúne artistas consagrados, como Anna Maria Maiolino, Gretta Sarfaty, Nelson Leirner e Claudio Tozzi, e criadores digitais, como Blogueirinha, Porta dos Fundos, Alessandra Araújo, Melted Vídeos, John Drops e Greengo Dictionary, mostrando como memes e arte dialogam para contar histórias do Brasil.
Como dizem os curadores:
“Memes não são só piadas. Eles são formas de discutir política, cultura e relações sociais em tempo real.” – Clarissa Diniz
“Enquanto fazemos memes, os memes refazem o Brasil.” – Ismael Monticelli
O CEO da BB Asset, Gustavo Pacheco, reforça: “Apoiar uma exposição que investiga os memes é reconhecer a força das novas formas de comunicação e expressão cultural no Brasil.”

Organizada em cinco núcleos temáticos — Ao pé da letra, A hora dos amadores, Da versão à inversão, O eu proliferado e Combater ficção com ficção —, a mostra tem como prólogo o espaço tátil Alisa meu pelo e como epílogo Memes: o que são? Onde vivem? Do que se alimentam?. A exposição conta com cenografia imersiva e uma grande variedade de linguagens: vídeos, neons, esculturas, roupas, quadrinhos, pinturas, objetos, backlights, instalações sonoras e experiências interativas.
A exposição não tem a ambição de ser um inventário do humor nacional, mas de investigar os memes como uma linguagem viva, que transborda a internet e afeta diretamente nossas formas de pensar, sentir e agir, afirma Ismael Monticelli. Eles são dispositivos de memória, de disputa e de pertencimento, que operam em altíssima velocidade e atravessam todas as camadas da vida social.
Queremos provocar o público a pensar: será que essa vocação memética do Brasil começou mesmo com os memes digitais? Ou será que ela já se anunciava no carnaval, nos bordões da TV, nas pichações e nos outdoors? O que acontece quando política, publicidade e arte se dobram aos formatos da zoeira?, questiona Clarissa Diniz.
Além da experiência presencial no CCBB, a mostra se estende ao ambiente digital, com ativações especiais para as redes sociais. Em parceria com o perfil @newmemeseum, curadorias de conteúdos exclusivos serão compartilhados online, ampliando o alcance da exposição e promovendo engajamento, acesso e debate com públicos diversos — muito além das paredes do museu.
Prólogo – Alisa meu pelo
O meme Alisa meu pelo, surgido em 2017 a partir da onça-pintada da nota de R$ 50 com a legenda “Alisa meu pelo (onça carente)”, viralizou ao ressignificar a onça não como ícone de virilidade, mas como símbolo afetivo, carente e próximo. Ao se difundir, o meme passou a comentar o próprio Brasil de forma leve e zombeteira, ativando uma produção simbólica popular e participativa. Na exposição, onças em diferentes materiais convidam o público ao toque e à interação, ampliando esse gesto coletivo de humor e reflexão. Participaram da criação das onças os artistas José Francisco Afrânio, Jorge Gomes e Vinicius Vaitsmann.
1. Ao pé da letra
O primeiro núcleo da exposição foca nos jogos semânticos e nos descompassos entre texto e imagem que tornam os memes tão eficazes em gerar riso, crítica e estranhamento. Em vez de se explicarem mutuamente, palavras e imagens se combinam para criar sentidos inesperados — ou se colam literalmente, desnaturalizando expressões e convenções sociais. O núcleo aborda práticas como o uso de emojis, narrações e dublagens cômicas, línguas digitais como o tiopês e o pajubá, e estruturas como o snowclone, revelando como essas invenções linguísticas produzem deslocamentos de sentido e potência crítica.
Alguns criadores presentes neste núcleo incluem Amanda Magalhães (@amandzmagalhaes), Daniel Santiago, Frimes (@frimes), Greengo Dictionary (@greengodictionary), Guto TV (@gutotvreal), Leandra Espírito Santo, Melted Vídeos (@meltedvideos), Nelson Leirner, Pamella Anderson, Panos Subversivos (@panossubversivos), Rafael Portugal (@rafaelportugal), Raquel Real (@raquelrealoficial), Roxinha e Ruth Lemos.
2. A hora dos amadores
Inspirado pela capa da Time de 2006, que elegeu “você” como personalidade do ano, este núcleo aborda a virada provocada pela internet e pelas redes sociais, que deram visibilidade inédita às “pessoas comuns”. Os memes surgem como tecnologia social de protagonismo, permitindo que vozes antes apagadas ocupem o centro da cena cultural. No Brasil, marcado por fortes desigualdades, os memes se tornaram um território fértil para narrativas insurgentes, do humor que revela a precariedade cotidiana à crítica social feita com poucos recursos e muita sagacidade. Este núcleo celebra a potência do amadorismo como desvio criativo e força política.
Alguns criadores presentes incluem Alessandra Araújo (@alessandraraujooficial), Valdisnei (Lourival Cuquinha e Daniela Brilhante), Malfeitona (@malfeitona), O Brasil que deu certo (@obrasilquedeucerto) e Raphael Vicente (@raphaelvicente).
3. Da versão à inversão
Se a imitação é uma das bases da linguagem memética, aqui ela é entendida como gesto crítico e criativo. O núcleo mostra como memes transformam cópias em versões que subvertem o original, produzindo humor, paródia e comentário social. As alterações vão desde pequenas mudanças, como trocar uma palavra ou recortar uma imagem, até inversões radicais: mulheres imitando homens, humanos dublando animais e estéticas que embaralham fronteiras entre identidade e representação. Como no carnaval, o riso surge da inversão, trazendo também crítica.
Alguns criadores presentes incluem A vida de Tina (@avidadetina), Alexandre Mury, Festa da Firma (@festadafirma), John Drops (@johndrops), Juvi Chagas (@ajuvichagas), Lara Santana (@larasantana), Malhassaum (@malhassaum), Porta dos Fundos (@portadosfundos), Renata Felinto e Victor Arruda.
4. O eu proliferado
Este núcleo explora a explosão do “eu” nas redes sociais e como a vida privada se tornou espetáculo. A internet deixou de ser apenas espaço de compartilhamento para se tornar palco de autoperformance. Selfies, dancinhas, relatos, confissões e personagens revelam o desejo de existir publicamente, ao mesmo tempo em que expõem os efeitos da hiperexposição. O núcleo aborda o “eu” como potência e armadilha: possibilita a afirmação de identidades historicamente apagadas, mas evidencia o impacto subjetivo da lógica neoliberal, que transforma autoestima em mercadoria e precariza o bem-estar mental.
Criadores presentes incluem Blogueirinha (@blogueirinha), Coach de Fracassos (@coachdefracassos), Frases Pra Você (@frasespravoce), Galinhas Inseguras (@galinhasinseguras), Gretta Sarfaty, Jacira Doce (@jaciradoce), Lenora de Barros, Nathalia Cruz (@nathaliapontocruz), Panmela Castro, Pedro Vinicio (@pedrovinicio80), Regina Vater, Telma Saraiva, Valentina Bandeira (@valentinabandeira) e Valeska Soares.
5. Combater ficção com ficção
A polarização política e a radicalização do discurso público são temas centrais deste núcleo, que examina o papel dos memes na disputa simbólica do presente. Memes podem ser ferramentas de enfrentamento, síntese e resistência, mas também veículos de desinformação, exclusão e violência simbólica. A curadoria propõe uma reflexão sobre os usos éticos do riso, entendendo o humor como diplomacia sofisticada, mas também como instrumento perigoso nas mãos do autoritarismo. Entre memecracia e memecrítica, o núcleo questiona: como rir sem reforçar estigmas?
Criadores presentes incluem Augusto de Campos, Claudio Tozzi, Dolangue News (@dolangue.news), História no Paint (@historianopaint), Juju dos Teclados (@jujudosteclados), Marcelo Tas (@marcelotas), Pasquim, Paulo Gustavo, Porta dos Fundos (@portadosfundos), Regina Silveira, Saquinho de Lixo (@saquinhodelixo) e Sensacionalista (@sensacionalista).
Epílogo – Memes: o que são? Onde vivem? Do que se alimentam?
Encerrando o percurso, o epílogo abraça a impossibilidade de definir os memes de forma definitiva. Em vez de respostas fixas, a curadoria propõe uma provocação coletiva: como cada pessoa compreende o que é um meme e o que ele significa hoje? O epílogo contou com a colaboração da equipe do #MUSEUdeMEMES, da Universidade Federal Fluminense, coordenada por Viktor Chagas, maior estudioso de memes no Brasil, e apresenta 10 entrevistas com criadores brasileiros, como Gregório Duvivier e Malfeitona, que respondem, em vídeo, essa indagação existencial com liberdade e afeto. Aqui, o meme é entendido como forma fluida, mutante e bastarda, que circula entre mídias e revela, no improviso, a imaginação crítica do nosso tempo.
Abertura: 02/12/2025 a 01/03/2026
Horário: Terça a domingo, das 9h às 21h (entrada até 20h40)
Local: Galerias 4, 5 e Pavilhão de Vidro
Classificação: Livre
Ingressos: Gratuitos em bb.com.br/cultura ou na bilheteria do CCBB
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