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Aberto
CCBB – Espaço Anexo
Todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças
Gratuito
A exposição "Mundo Zira" chega ao Anexo do CCBB trazendo uma jornada interativa e imersiva pelas criações mais celebradas de Ziraldo, com áreas temáticas dedicadas a clássicos como 'Flicts', 'O Menino Quadradinho' e 'A Turma do Pererê'.
O percurso da exposição incentiva a criatividade e a imaginação, com um design que mescla painéis projetados e artes gráficas, criando uma imersão total no “Mundo Zira”. Adultos e crianças poderão interagir com o universo fascinante dos personagens, vivenciando de perto histórias inspiradoras da literatura infanto-juvenil brasileira. Além disso, os visitantes são convidados a cocriar e personalizar a arte de Ziraldo, adicionando seu toque individual às composições digitais.
Ziraldo Alves Pinto (Caratinga - MG, 24 de outubro de 1932 - Rio de Janeiro - RJ, 06 de abril de 2024) se dedicou à literatura e à ilustração. Artista gráfico, humorista, escritor, ilustrador, cartunista, caricaturista, dramaturgo e jornalista. Premiado no Brasil e no
exterior, recebeu, entre outros, o renomado Prêmio Ibero-americano de Humor Gráfico Quevedos, pela “qualidade e importância da obra, seu compromisso social, sua difusão e grande repercussão internacional”.
Este projeto conta com patrocínio da BB Asset e incentivo da Lei Federal de Incentivo à Cultura - Lei Rouanet.
Que tal reger essa orquestra de cores?
Uma grande projeção interativa, convida o visitante a ser o maestro que faz bailar as páginas do livro Flicts, no ritmo da música composta especialmente por Sérgio Ricardo em 1972 para o espetáculo baseado no livro de Ziraldo.
Flics é o primeiro livro infantil do Ziraldo, de 1969. Conta a história de uma cor que não encontra o seu lugar no mundo. Não há uma imagem figurativa nele, somente cores sólidas.
Mesmo fora do padrão das ilustrações infantis da época, Flicts foi um enorme sucesso de vendas e crítica (o poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu uma crônica apaixonada pelo livro). Até o astronauta que primeiro pisou na lua, Neil Armstrong, de passagem pelo Brasil naquele ano, confirmou a conclusão da história: a lua é mesmo Flicts. É possível que esse enorme sucesso tenha feito Ziraldo descobrir sua vocação de autor infantil.
No ano de 1972, o compositor Sérgio Ricardo fez essa linda melodia – que acompanha o movimento das páginas do Flicts aqui – para o espetáculo dirigido por Aderbal Freire. Esta montagem iniciou uma onda que persiste em todo o Brasil: a encenação teatral da história da cor tão solitária chamada Flicts.
Qual seu personagem preferido?
Em painéis sensíveis ao toque, a Turma do Menino Maluquinho propõe um jogo divertido. Cada um dos personagens se divide em três partes: pernas, tronco e cabeça, onde o visitante pode brincar, misturar até construir personagens novos.
O livro O Menino Maluquinho foi lançado em 1980 e conta a história de um menino especialmente comum que tinha “o olho maior do que a barriga, fogo no rabo e vento nos pés”. Ele é um menino moleque, brincalhão, bagunceiro, poeta, um amigão de uma turma muito divertida. Um menino que, como todo menino, cresceu. E descobriu que não tinha sido um menino maluquinho, mas simplesmente um menino feliz.
O livro original já foi traduzido para diversos idiomas, virou filme (na verdade, dois), peça de teatro, série de TV, desenho animado, história em quadrinhos e até ópera, transformando
em maluquinhos uma porção de meninos e meninas de todas as idades.
Vamos brincar com balões de fala?
O visitante pode colar, como quiser, balões de fala nas páginas do livro O Menino Quadradinho, páginas que foram reproduzidas na parede.
Apaixonado por gibis desde criança, Ziraldo achava que era esse seu destino: virar autor de histórias em quadrinhos. E por um bom tempo ele parecia estar certo: a sua revistinha “Pererê” fez imenso sucesso no início dos anos sessenta. Mas a vida o levou para além desta primeira ambição: ele virou jornalista, cartunista, escritor, designer, ainda que nunca tenha deixado de amar os quadrinhos.
No livro O Menino Quadradinho, de 1989, Ziraldo faz uma declaração de amor aos mestres da sua infância, os desenhistas dos gibis por quem fora tão apaixonado. É possível que o Menino Quadradinho seja sua autobiografia ilustrada. E que ilustrações!
Barulho tem cor?
Nessa interação, basta o visitante pisar em pontos indicados no chão para surgirem na parede alguns daqueles balões de ruídos típicos das histórias em quadrinhos e o som que eles representam.
O desenho das letras, as cores e o formato dos balões que representam os sons mais diversos nas histórias em quadrinhos são uma marca registrada do pensamento gráfico de Ziraldo. O artista Ziraldo é um craque nos desenhos desses sons chamados onomatopeias!
Vamos pintar sem tintas?
Em mesas dispostas lado a lado e com alturas variáveis, o visitante pode colorir virtualmente alguns desenhos de Ziraldo. Basta escolher, com o dedo, uma cor e tocar, com o mesmo dedo, uma das áreas sensíveis do desenho.
Cadê a turma que estava aqui?
Aqui, a Turma do Pererê brinca de esconde-esconde virtual com você por entre os troncos da Mata do Fundão projetados na parede.
Pererê, criada por Ziraldo em 1960, foi a primeira história em quadrinhos genuinamente brasileira. Ziraldo, visionário, compôs a turma com personagens da cultura afro-indígena, além de personagens inspirados em animais da nossa fauna.
As histórias já traziam um amor pela natureza que antecipa o pensamento ecológico dos dias atuais. A “Mata do Fundão”, lugar onde se passam as histórias é aquela floresta que cobre todos os cantos do país.
A revista fez tanto sucesso que chegou a vender 120.000 exemplares por mês. O último número data de abril de 1964. A partir dos anos 1970, os quadrinhos foram relançandos em várias mídias diferentes.