Usamos cookies para segurança, melhor experiência e personalização de conteúdo de acordo com a nossa Política de Privacidade .
Clique em "Configurar cookies" para gerenciar suas preferências.
Aberto
CCBB – Prédio Histórico
Todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças
Gratuito
O Brasil é um dos maiores produtores e consumidores de memes do mundo — e agora também é o primeiro país a conceber uma exposição de grandes proporções dedicada a esse fenômeno. “MEME: no Br@sil da memeficação” explora arte contemporânea, cultura digital e crítica social em uma experiência curatorial inédita. A mostra fica em São Paulo até 3 de novembro e depois segue em itinerância por Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
A curadoria de Clarissa Diniz e Ismael Monticelli, com a colaboração do perfil de Instagram @newmemeseum, convida o público a explorar a memeficação como um dos modos mais potentes — e irônicos — de narrar o Brasil contemporâneo.
A proposta curatorial rompe barreiras entre diferentes linguagens e repertórios culturais, reunindo nomes consagrados da arte contemporânea brasileira, como Anna Maria Maiolino, Gretta Sarfaty, Nelson Leirner e Claudio Tozzi, ao lado de criadores de conteúdo como Blogueirinha, Porta dos Fundos, Alessandra Araújo, Melted Vídeos, John Drops e Greengo Dictionary.
Este projeto conta com patrocínio do Banco do Brasil e incentivo da Lei Federal de Incentivo à Cultura - Lei Rouanet.
Organizada em seis núcleos temáticos — Ao pé da letra, A hora dos amadores, Da versão à inversão, O eu proliferado, Combater ficção com ficção, Memes: o que são? Onde vivem? Do que se alimentam? — a rica cenografia imersiva ocupa todos os andares do CCBB São Paulo com vídeos, neons, esculturas, figurinos, quadrinhos, pinturas, objetos, backlights, instalações sonoras e experiências interativas.
Ao pé da letra
No primeiro núcleo da exposição, o foco recai sobre os jogos semânticos e os descompassos entre texto e imagem que tornam os memes tão eficazes em gerar riso, crítica e estranhamento. Em vez de explicarem um ao outro, palavras e figuras se combinam para formar sentidos inesperados — ou se colam literalmente, desnaturalizando expressões e convenções sociais.
A hora dos amadores
Inspirado pela célebre capa da revista Time de 2006 — que elegeu “você” como a personalidade do ano —, o núcleo aborda a virada provocada pela internet e pelas redes sociais, que deram visibilidade inédita às “pessoas comuns”. Os memes, nesse contexto, aparecem como uma tecnologia social de protagonismo, permitindo que vozes antes apagadas ou silenciadas ocupem o centro da cena.
Da versão à inversão
A imitação é uma das bases da linguagem memética, e por isso aqui ela é investigada não como gesto de repetição, mas como uma atividade crítica e criativa. Esse núcleo mostra como memes transformam cópias em versões que subvertem e desmontam o original, produzindo humor, paródia e comentário social.
O eu proliferado
A explosão do “eu” nas redes sociais e a forma como a vida privada se tornou espetáculo são destaques neste núcleo. A internet deixou de ser apenas um espaço de compartilhamento para se tornar um palco de auto performance. A construção de si — por meio de selfies, dancinhas, relatos, confissões e personagens — tornou-se prática cotidiana, revelando tanto o desejo de existir publicamente quanto os efeitos dessa superexposição.
Combater ficção com ficção
A polarização política e a radicalização do discurso público são temas centrais do núcleo, que examina o papel dos memes na disputa simbólica do presente. Ao mesmo tempo em que são ferramentas de leitura e resistência política, os memes podem também ser veículos de desinformação, exclusão e violência. A curadoria propõe aqui uma reflexão sobre os usos éticos do riso, compreendendo o humor como forma sofisticada de diplomacia, mas também como instrumento perigoso nas mãos do autoritarismo. Entre a memecracia e a crítica, este núcleo convida a pensar: como rir sem reforçar os estigmas que queremos combater?
Memes: o que são? Onde vivem? Do que se alimentam?
Encerrando o percurso, esse núcleo abraça a impossibilidade de definir os memes de forma única. Ao invés de uma resposta fixa, a curadoria propõe uma provocação coletiva: como cada pessoa compreende o que é um meme? O que eles significam hoje?